Programa de Monitoramento de Fauna

08/03/2023
A implantação de empreendimentos hidrelétricos provoca alterações nos elementos do ambiente em que se insere, entre eles a fauna silvestre, devido às consequências produzidas pelo desmatamento prévio dos locais das áreas de alagamento, condutos forçados em superfície e casas de máquinas, assim como pelo desmatamento para abertura de praças para instalação de postes de uma linha de transmissão e sua operação em alta tensão.

O programa de monitoramento da fauna é um instrumento indispensável para o estabelecimento de estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados, uma vez que permite conhecer tendências ao longo do tempo, sendo utilizados temporalmente no preenchimento e pós-enchimento. Os resultados obtidos por meio deste tipo de pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou indiretamente afetada pelo empreendimento.

Os estudos de monitoramento têm como principal objetivo conhecer a influência dos principais impactos positivos e negativos gerados pela implantação e operação de um empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos, os estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias, suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um empreendimento.

A avifauna é o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente, pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da presença ou ausência de alguns táxons.

O monitoramento de Avifauna iniciou em 2020 por motivação do Biólogo Marcelo Hübel (in memorian) e dado sequência pela bióloga Tatiane Batista. Os dados apontam para 512 espécies com potencial de ocorrência na região. A URVE através de seus estudos e monitoramentos registrou 225 espécies nativas de avifauna até o momento.

Os anfíbios também constituem bons modelos para estudos de monitoramento de fauna ou levantamentos em curto prazo, por serem animais de fácil visualização, captura e manuseio e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas.

Os répteis são animais imperceptíveis e de difícil amostragem, sendo muitas vezes complicado avaliar os reais efeitos do empreendimento por meio deste grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao conhecimento do estado de conservação de regiões naturais, pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações, funcionam como excelentes
bioindicadores de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies estenóicas), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto a presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio (eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.

O monitoramento de Herpetofauna iniciou em 2020 por motivação da Bióloga Tatiane. Os dados apontam a possível ocorrência de 66 espécies de Répteis e 71 espécies de Anfíbios. A URVE através de seus estudos e monitoramentos registrou 17 espécies nativas de Répteis e 69 espécies nativas de Anfíbios.

A comunidade de mamíferos responde relativamente bem aos impactos causados em seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A fragmentação florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte, e o maior problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma comunidade clímax. Além da perda de habitats naturais, a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em qualquer outro grupo animal.

Os dados apontam a possível ocorrência de mais de 100 Mamíferos Terrestres e Voadores na região, a URVE através de seus estudos e monitoramentos registrou 43 espécies nativas de mamíferos terrestres de médio a grande porte, entre elas espécies endêmicas e/ou espécies com algum grau de ameaça como a Onça-parda (Puma concolor), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), Jaguatirica (Leopardus pardalis), Gato-maracajá (Leopardus wiedii), Gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi), Anta (Tapirus terrestres), Bugio-ruivo (Alouatta guariba), Veado-mateiro (Mazama americana), Veado-bororó (Mazama nana), Cateto (Dicotyles tajacu) e Queixada (Tayassu pecari).

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